A proibição dos homens usarem barba dentro do contexto religioso cristão evangélico é bem comum e tem como princípio o coronelismo das Assembleias de Deus.
EM ESPECIAL as ASSEMBLEIAS DE DE DEUS, com seus “usos e costumes” criam proibições absurdas sem fundamento bíblico, ao contrário, por vezes ferem a própria Escritura.
Sabemos que a barba é uma característica dos homens nas narrativas bíblicas.
“É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a BARBA, a BARBA DE ARÃO, e que desce à orla das suas vestes."
(Salmos 133 : 2)
E até mesmo um MANDAMENTO DA PARTE DE DEUS para toda a tribo de Israel, conforme vemos na Torá (Pentateuco).
“Não cortareis o cabelo, arredondando os cantos da vossa cabeça, NEM DANIFICAREIS AS EXTREMIDADES DA TUA BARBA.”
(Levítico 19 : 27)
* Danificar = cortar.
Pode até parecer um mandamento “estranho”, mas que com toda certeza tem sua importância. É preciso compreender que os MANDAMENTOS de Deus se classificam em RACIONAIS (aqueles que entendemos claramente o motivo) como, por exemplo:
“Não matarás” e os SUPRA-RACIONAIS (aqueles que não conseguimos compreender o motivo), como por exemplo: “NÃO CORTARAS AS EXTREMIDADES DA TUA BARBA”.
Mas o fato de não entendermos não invalida o mandamento.
Mas e quanto à “igreja”, por que da proibição?
Essa proibição, não tem relação com a questão religiosa, como aparenta, mas é fruto da política partidária. (Esquerda e direita).
Antes mesmo das igrejas evangélicas surgirem, quando havia apenas a Igreja Católica (e seus ramos) e as Protestantes, os “homens de Deus” usavam barba. Basta observar as gravuras da época, como de Calvino, e posteriores como Spurgeon.
O conceito de “esquerda e direita” remonta ao século XVIII. (Revolução francesa)
Consiste basicamente, em:
Os de “direita” são os a favor do governo e os de “esquerda” os opositores ao governo.
Nessa época os homens de direita “deixavam sua barba crescer” e os de “esquerda raspavam a barba”, a barba era um símbolo que representava a posição política do indivíduo.
Quando do advento das Assembleias de Deus, (início do Século XX), houve uma “inversão” nesse conceito, ou seja, aqueles que tinham barba já não eram mais os de direita e sim de esquerda. Então os líderes das “igrejas” que eram partidários da direita, obrigaram os membros a rasparem suas barbas. Logo isso foi incorporado aos “usos e costumes” das Assembleias de Deus e “perpetuado”. Hoje os homens por vezes desconhecem se quer o que significa ser de “direita” ou de “esquerda”, ou até mesmo são de “esquerda”, todavia em ambos os casos, sua barba é raspada conforme reza a cartilha dos usos e costumes, em nome da tradição das Assembleias de Deus!! (conservadorismo retrógrado e descabido).
É digno de nota que os padres católicos também costumam raspar sua barba, mas no caso deles a questão é diferente, eles os fazem desde 1054 d.C para diferenciarem-se da Igreja Ortodoxa da qual até hoje os sacerdotes ostentam suas longas barbas !
* A igreja Ortodoxa é fruto de uma divisão (cisma) da Igreja Católica Apostólica Romana, ocorrida em 1054 d.C
Nota: No Brasil “a barba” foi um símbolo da ditadura, assim como do comunismo alemão por causa da figura “barbada” de Karl Marx.
(Vi pessoas serem recusadas (eu mesmo fui um) por usarem barba, e soube de outros que foram proibidos de "pregar" até mesmo por ostentarem um mero bigode)
Vale lembrar que JESUS era JUDEU e por conseguinte BARBUDO !
Então como podem ver, não há motivo para essa proibição absurda na igreja, essa é mais uma das muitas proibições oriundas do já citado: coronelismo das Assembleias de Deus.
A escolha deve ser livre e não imposta.
Shalom !
by Vanderlei L. Borkoski